Thursday, September 13, 2007

Estranha Realidade

Depois de abrir os olhos a visão que Pedro tem é surpreendente. Encontrava-se numa espécie de abrigo subterrâneo. Estava imobilizado e ligado a máquinas de suporte vital, mas tinha a certeza que não estava num hospital. A confusão era tal que era difícil perceber se estava a sonhar ou se estava mesmo acordado. Sentia o corpo dorido, os músculos completamente atrofiados. De tal maneira que não se conseguia mexer, embora a sua mente não parasse de dar ordens para tal. O esforço enorme faz com que a sua luta depressa se torne por se manter acordado. Fecha os olhos por momentos e faz tudo por tudo para não perder a consciência. E embora consiga começar a sentir o seu corpo, a dor que sente é esmagadora que faz com que perca a consciência de vez.

Novamente o seu subconsciente é mergulhado por imagens e informações mas estas não são bombardeadas por algo exterior a si. A sua memória estava a ser revista à frente dos seus olhos mas são memórias irreconhecíveis para si que são assimiladas como sendo as de outra pessoa. Uma outra pessoa que morreu. O sentimento de familiaridade torna-se crescente, indo de encontro com breves sensações que ele já teve desde que saiu do seu quarto. As memórias dizem-lhe que o seu quarto era uma prisão, uma ilusão criada por outros que o querem manipular. Mas por enquanto torna-se tudo confuso, difícil de compreender no meio de tanta informação absorvida. E para tal é guardada numa sala da sua mente e a porta é fechada. Porta que será aberta e fechada sem ele próprio se aperceber.

Desperta no pequeno quarto. Assim que abre os olhos levanta-se rapidamente. As dores tinham desaparecido mas a confusão ainda continua a reinar na sua cabeça. Tenta por momentos por os pensamentos em ordem, apanhar as imagens que circulam fora do seu alcance na sua cabeça, mas é inútil. Não lhes consegue retirar algum sentido, mas de certa maneira o seu sentido de compreensão do que está à sua volta cresceu, apesar da confusão. A porta abre-se e Uriah entra. Imediatamente nota algo diferente em Pedro, fazendo indicação para o seguir, coisa que o Pedro faz, através de um apertado e poeirento corredor. O corpo enorme de Uriah ocupava quase todo o seu campo de visão, por isso não podia ver o que estava no final do corredor. Até que pára para entrar numa outra sala. A sala estava vazia, com uma mesa e sentado a essa mesa estava o mesmo homem idoso que fez com que saísse do quarto. Pedro devia estar surpreendido mas por alguma razão que não consegue compreender, não está. Atrás do velho estão duas portas, mas a sua atenção está voltada para o velho que lhe diz:
- Olá outra vez.

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