A Cura

Sunday, December 25, 2005

The Blood Divine - I Believe


I believe in my conscience
I obey that inner feeling
I get scarred emotions
When I try to find your inner heart

The rulers are no real kings

I believe in my instincts
Yeah, I do... and I know it's true
That inner feeling
Don't ask me how I know the way
To your inner heart
Can't you hear me?
I said rulers are no real kings

I search inside...

I though the true thoughts in my kingdom
were my own
I thought the throne was all mine

We share the light
When the sun beats down
On a Winter's day
(It blows me away)
I like the way that the sun shines down on us, yeah

The rulers are no real kings

I believe!!!

Capítulo 1 - Eu Acredito - Parte 3

-Isto vai ser rápido, por isso senta-te.
Ele obedece e antes que pudesse perguntar o quer que seja, a estranha personagem começa a falar:
-Não posso dizer muita coisa, ainda não estás preparado para saber a verdade. Primeiro tens que fazer algo por ti, tens que te salvar ou pelo menos iniciar esse salvamento - o jovem prepara-se para interromper mas novamente idoso não permite - Não perguntes coisas para as quais não entendes a resposta. Estás fechado. Preso. E não é no teu quarto, é noutro sítio. Mas vais sair e vais te libertar. Toma. - o idoso estende-lhe uma esfera metálica.
-O que é isto?- pergunta ao pegar na esfera e cuidosamente a estudar.
-Uma chave. Para portas que estão implorar ser abertas. Não tenhas medo daquilo que ela te pode revelar nem das portas que vai abrir. O teu espirito vai ser abanado, vais re-aprender muita coisa sobre ti, mas vão tentar te manter adormecido, que não questiones o que vais questionar e que não faças o que vais fazer.
Ele continua a olhar intrigado para a esfera metálica até que o idoso agarra-lhe na mão com força e olha-o com intensidade nos olhos:
-Mas tens que acreditar! Tens que sentir! Vais ser posto à prova, vais ser desafiado, vais ser levado ao limite, por isso tens que acreditar. E vai haver algo dentro de ti que te vai dizer a resposta. Que acreditas em ti.
Depois de um incómodo silêncio em que continua a olhar para a esfera, ele desvia o olhar para o idoso e diz convicto:
-Eu acredito.
O idoso liberta-lhe a mão e ele volta a fixar o olhar na esfera, fascinado. E é sobretudo com o seu reflexo que se encontra. Olha para aquela cara e sente que não a conhece. Sente que não se conhece a ele próprio. Como pode ele acreditar em alguém que não conhece? Quando levanta os olhos, já não está ninguém à sua frente. Olha em redor mas não o vê por lado nenhum. Olha uma última vez para a esfera antes de a guardar mas repara que de repente se criou um silêncio perturbador. As conversas banais de um café, as crianças, os empregados, todos silenciaram. Mais uma vez olha em redor e todos estavam a olhar para si. Até os animais o fixavam. Incomodado por se sentir tão observado, mete a esfera no bolso da sua gabardine e sai do café. Na rua, toda a vida parece ter sido interrompida. Todos os veiculos estão parados e todas as pessoas , também paradas, olham para si. Baixando o olhar, apressa o passo mas mesmo assim sente aquela sensação de estar a ser observado. Atravessa a rua rapidamente e assim que entra no prédio respira de alívio. Conforme vai subindo as escadas, as portas dos apartamentos do rés de chão abrem-se uma a uma. Os seus ocupantes saem e ficam todos, parados, a olhar para ele. Entrando em pânico, sobe o resto das escadas e corre até a porta do seu apartamento. Procura pelas chaves nos seus bolsos. Nunca se lembra de ter trancado a porta antes ou de sequer de ter usado uma chave mas agora sabia que precisava dela. Tira dos seus bolsos, um porta chaves com 7 chaves. Nunca as tinha visto antes nem sequer as tinha sentido no seu bolso. São todas iguais mas nennhuma delas parece abrir a sua porta conforme as vai experimentando. As portas dos seus vizinhos começam também a abrir e ele está cada vez mais nervoso, até que finalmente consegue abrir a porta e entra rapidamente.
Encostado à parede tenta acalmar a respiração e pensa em como nunca se tinha sentido tão vivo. Mete a mão no bolso e tira a esfera que começa a brilhar. Ele fixa o brilho, até se voltar novamente para a porta. Como que se tivesse hipnotizado e ignorando o que acabou de viver, abre a porta, mas do outro lado não estava o corredor. Estava um deserto. Interminável. E ele sai do quarto.