A Cura

Friday, January 27, 2006

The Doors - You're Lost, Little Girl

You're lost little girl
You're lost little girl
You're lost
Tell me who
Are you?

I think that you know what to do
Impossible? Yes, but it's true
I think that you know what to do, yeah
I'm sure that you know what to do

You're lost little girl
You're lost little girl
You're lost
Tell me who
Are you?

I think that you know what to do
Impossible? Yes, but it's true
I think that you know what to do, girl
I'm sure that you know what to do

You're lost little girl
You're lost little girl
You're lost

Capítulo 2 - Estás perdida, pequena rapariga - Parte 1

Depois de a porta atrás de si se fechar, ela desaparece, deixando apenas uma vastidão enorme de deserto. Ele segue em frente em direcção à pequena localidade. O que ele vê ao longe desconcerta-o. Atrás de si, areia e mais areia até aonde a vista alcança. Á sua frente uma pequena localidade cada vez mais perto e ao longe ténues imagens de cidades. Ele não tem memória de nenhuma cidade a não ser a que tem vivido nos últimos anos. E apesar disso, conhece bem o que observa da sua janela. Mas mesmo assim não consegue evitar um sentimento de familiaridade com aquilo que vê.

Ao entrar na pequena localidade está tudo silencioso. Mas ele ouve sussurrar. Um sussurrar pequeno que vai crescendo e crescendo de intensidade até se tornar ensurdecedor. Ele olha em redor mas não vê ninguém. De onde virá este som, estas vozes todas? Ele não aguenta mais e cai de joelhos no chão, fechando os olhos em agonia. Até que tudo silencia novamente. Abrindo os olhos, a 3 metros de si está uma pequena criança, a observá-lo. A pequena criança nada dizia, apenas olhava para ele, com um olhar vazio, desprovido de qualquer emoção. Ele levanta-se e pergunta-lhe, enquanto sacode o pó das calças:

- Olá. Estás perdida, pequena menina?

Ela acena que não.

- Olha, eu estou. Aonde é que estamos?

Ela não reage à pergunta.

- Moras aqui perto?

Ela aponta para uma casa pintada de preto, com um x vermelho nas portas e janelas, a única no meio de tantas sem cor.

- E os teus pais estão em casa?

Ela, com uma expressão de pânico, começa a fugir em direcção à casa. Mas os olhos não estavam fixos em si, estavam em fixos em algo atrás de si. Ele volta-se para trás e vê uma grande figura a mover-se lentamente ao longe na sua direcção. Parecia que se arrastava. De onde estava, quase que não se conseguia distinguir se era homem ou animal. Mas era grande.

Ele segue atrás dela. Dentro da casa estava escuro iluminado apenas por algumas velas. Ele não percebe o porquê de estar tudo fechado com tanta luz no exterior. A pequena menina arrumava freneticamente a cozinha. Devido à sua altura, não conseguia chegar às prateleiras, começando a chorar.

- Calma...eu ajudo-te.

Assim foi. Ele tentou ajudar o mais rápido que conseguia. Até que de repente ouve-se duas batidas na porta. Duas batidas que pareciam ter sido feitas por um bate-estacas. A pequena menina abre a porta a tremer e do lado de fora, o brilho intenso é engolido por uma figura enorme, que rosna com uma voz odiosa:

- Porque é que demoraste tanto tempo?