A Cura

Wednesday, July 19, 2006

Anathema - Forgotten Hopes

Hey you.. rotting in your alcoholic shell
Banging on the walls of your intoxicated mind
Do you ever wonder why you were left alone
As your heart grew colder and finally turned to stone

Did I punish you for dreaming?
Did I break your heart and leave you crying?
Do you ever dream of escaping?
Don't you ever dream of escaping...

Pathetic oblivion
Forgotten hopes buried in your soul's lonely grave
Pathetic oblivion
Remember how you were before you locked your heart away

Did I punish you for dreaming?
Did I break your heart and leave you crying?
Do you ever dream of escaping?
Don't you ever dream of escaping...

Esperanças Esquecidas

A luz lá fora diminui lentamente. Exaurido de forças, tenta levantar-se a muito custo. As cinzas caiem do seu corpo a cada movimento que faz. A porta está aberta, mas o seu estado de confusão mental não permite notar ou dar importância a pormenores. Sai sem olhar para trás. Está um vento desagradável e a cidade está praticamente deserta. As poucas pessoas que se vêem parecem agir como se estivessem atrasadas. Atrasadas para a sua segurança. As janelas fecham-se sucessivamente, tal como as portas. A construção das casas era baseada em argila e madeira. Ele andava sem que ninguém se aproxima-se dele, sendo até evitado pelas pessoas que corriam. Com o assobio do vento, ele não conseguia ouvir os murmurinhos que eram criados com a sua cambaleante passagem. Mas mesmo que fosse audível, ele não estava interessado. Apenas maneira de aplacar a sua fúria e tristeza interior. Ao fundo, está uma porta aberta com luz intensa. Parecia emanar lá dentro vida, vida que ele não tinha no seu interior. Cada vez mais lhe parecia tudo irreal, nada fazia sentido. Todas as pessoas que conheceu neste dia, desapareceram sem deixar rasto. Um dia... mais parecia um ano. Ao entrar sente que é observado e o ruído diminui consideravelmente mas é apenas por breves instantes. Era uma espécie de bar, com ar muito pouco asseado. É o máximo que o seu momentaneamente diminuído poder de observação consegue captar, não olhando sequer para a cara de ninguém. Senta-se ao balcão e fica largos momentos a olhar para o vazio. Até que o empregado lhe mete um copo à sua frente. Praticamente não reage, até que o bebe de uma vez. O sabor era amargo embora não reconhecesse. O seu espirito estava quebrado e assim continuava, mas algo estava ligeiramente diferente. A sua miséria era ampliada, mas de alguma forma doentia, ele parecia gostar. Era o seu castigo. Queria beber até deixar de sentir o seu corpo, até a sua mente desligar. Todos à sua volta pareciam mover-se lentamente. O tempo, as pessoas, os sons... tudo parecia estar em uma rotação inferior à sua. Cada vez mais, a sua cabeça se torna mais pesada. Mas não era suficiente e ele queria mais. Queria adormecer o passado recente. Mas um mais distante vem-lhe à memória. Algo novo, que ele sentia que estava a viver pela primeira vez mas que sabia que fazia parte das suas memórias. Numa outra altura em que estava só... que alguém que estava a contar consigo, morreu. Algo familiar, a dor era familiar. Dor que o matou mais um pouco por dentro, que lhe roubou os sentimentos, mas não por completo. Sabe que este é um reflexo, um espelho do seu passado. Pedro sente que já esteve nesta situação antes e está quase a agarrar essa memória nos seus braços, só que acaba por a deixar escapar e mergulha completamente no estado ébrio que começa a controlar a sua mente.