A Cura

Saturday, July 21, 2007

David Bowie - We Are The Dead

Something kind of hit me today
I looked at you and wondered if you saw things my way
People will hold us to blame
It hit me today, it hit me today

We're taking it hard all the time
Why don't we pass it by?
Just reply, you've changed your mind
We're fighting with the eyes of the blind
Taking it hard, taking it hard

Yet now
We feel that we are paper, choking on you nightly
They tell me "Son, we want you, be elusive, but don't walk far"
For we're breaking in the new boys, deceive your next of kin
For you're dancing where the dogs decay, defecating ecstasy
You're just an ally of the leecher
Locator for the virgin King, but I love you in your fuck-me pumps
And your nimble dress that trails
Oh, dress yourself, my urchin one, for I hear them on the rails
Because of all we've seen, because of all we've said
We are the dead

One thing kind of touched me today
I looked at you and counted all the times we had laid
Pressing our love through the night
Knowing it's right, knowing it's right

Now I'm hoping someone will care
Living on the breath of a hope to be shared
Trusting on the sons of our love
That someone will care, someone will care

But now
We're today's scrambled creatures, locked in tomorrow's double feature
Heaven's on the pillow, its silence competes with hell
It's a twenty-four hour service, guaranteed to make you tell
And the streets are full of press men
Bent on getting hung and buried
And the legendary curtains are drawn 'round Baby Bankrupt
Who sucks you while you're sleeping
It's the theater of financiers
Count them, fifteen 'round a table
White and dressed to kill

Oh caress yourself, my juicy
For my hands have all but withered
Oh dress yourself my urchin one, for I hear them on the stairs
Because of all we've seen, because of all we've said
We are the dead
We are the dead
We are the dead

Nós Somos Os Mortos

Pedro não reage perante o que ouve e sem sequer fazer um esforço para se conter solta uma sonora gargalhada. Assim que olha para os dois que estão à sua frente que se mantêm na mesma expressão séria, diz:
- Vocês não estão a falar a sério, pois não?
O homem levanta-se, coloca as mãos atrás das costas e caminha até ao canto do pequeno quarto:
- Diz-me... lembras-te como vieste cá parar?
- Já disse a ela, através do meu quarto.
- E lembras-te perfeitamente disso? - o homem volta-se como se consegue verificar, olhando nos olhos de Pedro, se ele falava a verdade.
- Sim, perfeitamente. Um homem já de idade veio até a mim... com uma conversa estranha, deu-me uma esfera de cor metálica... prateada. E ela soltava um brilho, verde, quase irreal. E foi a fixar esse brilho que quando abri a porta do meu quarto, voilá, aqui estou eu.
- Então e conta-nos... - o homem senta-se novamente na cadeira com os braços apoiados nos joelhos e olhando fixamente para Pedro - ... o que fazias tu?
- Como assim?
- Qual era a tua ocupação? - Pedro olha para baixo, tentando responder, mas não consegue se lembrar - Então e hobbies? Família, amigos, animais de estimação?
Depois de um longo silêncio e esforço por parte de Pedro, este desiste:
- Eu... eu não sei...
Ela poe a mão sobre o ombro dele e diz-lhe carinhosamente:
- O despertar nunca é fácil. Tudo te vai parecer fantástico, não vais acreditar naquilo que ouves, mas a vontade de saber mais e de realmente acreditar... só pode partir de ti.
Pedro levanta os olhos e depois de a fixar, volta-se para o homem:
- O que é vocês querem dizer com o "estamos todos mortos"?
- Todos nós já morremos, todos os que viste no salão, estão todos mortos.
- Ok, ok. Então e aqueles... aqueles soldados?
- Os Seraphs?
- Sei lá!
- Sim, são os Seraphs. Eles não são pessoas, nunca foram. São energia do Monarca e por isso são industrutíveis, porque retiram energia da terra, do mundo. São incorruptíveis porque não podem trair o que são. São insensíveis porque o Monarca nao possui qualquer tipo de sentimento e nem sequer o ódio ele tem, apesar de o fingir o ter. Ele apenas o é.
- Já o viram alguma vez?
- Não, não... nunca ninguém vê o Monarca e sobrevive.
- Então como é que sabem que ele existe? Não têm medo que seja apenas um conceito criado para prender as pessoas a dogmas e regras?
- Todos nós o sentimos, como se fizesse parte de nós e nós dele. Apenas sabemos que ele está lá assim como sabemos que está frio ou calor. Sentimos isso. Não o sentes?
- Epá... eu mal me sinto a mim mesmo, quanto mais os outros...
- Irás sentir. Por enquanto é melhor descansares. - o homem grande levanta-se e a mulher segue-lhe o exemplo.
- Uma coisa que não entendo... se vocês não têm nome... como é que se chamam uns aos outros?
Eles olham um para o outro, sorriem e saiem do quarto sem responder.
Pedro adormece quase instantaneamente.